quinta-feira, 9 de junho de 2011

Trabalho infantil em Portugal no século XIX

De Inverno, ao romper da manhã, já os pequenitos esperavam, às escuras, debaixo de chuva, que lhes abrissem o portão da fábrica. Tinham de levantar-se às duas horas da noite e vir descalços e rotos, tiritando, às vezes encharcados, para chegarem ao toque da sineta e não perderem um quartel. E de 6 e 7 anos de idade!
À hora das refeições nunca vi nenhum deles tomar um caldo. Pão e sardinha frita era o invariável menu. Quando as manhãs eram mais frias, eu ouvia-os da minha cama chorarem na rua, debaixo da minha janela, à espera que se abrisse o portão.